Lugar de encontro de pesquisadores, gestores e profissionais da Saúde Integrativa, a Comunidade das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CPICS) oportuniza a exposição de relatos de experiências das práticas de saúde, estabelecendo uma relação de troca e colaboratividade e agindo como dispositivo gerenciador e comunicacional de aprendizagens significativas, promovendo rodas de práticas, o registro e o acompanhamento das experiências.
Trata-se de uma rede de conhecimentos, tecendo em seu interior microrredes que se multiplicam quando se conectam e entre si interagem. A partilha de experiências como um processo de mão dupla produz uma dinâmica que permite configurações e reconfigurações permanentes do que é saúde, doença e ambiente. O resultado deste dispositivo é a construção coletiva do registro de práticas de gestão e cuidado, voltadas para a busca de soluções dos problemas de saúde dos usuários dos sistemas de saúde.
Ao proporcionar a exposição e trocas de conhecimentos e saberes, a CPICS exerce também o papel de mapear, no plano local regional e nacional, experiências que tomam como referência o conceito de comunidade em torno das temáticas de gestão e atenção integral à saúde, incluindo o enfrentamento dos determinantes socioambientais do processo saúde-doença. Desta forma, compartilha soluções tecnológicas de saúde desenvolvidas no território, proporcionando a identificação, o registro, o mapeamento, a sistematização, a divulgação e a reaplicação de práticas e soluções inovadoras para o sistema de saúde nos diversos territórios do país.
A CPICS preenche, também, a lacuna da fragmentação ou desconexão entre a rotina diária da assistência, da prática do profissional na ponta e os resultados fornecidos pelas pesquisas de evidências. Isso porque as rodas de práticas envolvem o processo de curadoria dos relatos de experiência. É nesse ponto que entra a participação dos pesquisadores em rede com os gestores e profissionais de saúde. A curadoria de saúde, semelhante à curadoria de obras artísticas, dá uma significação do que está sendo realizado na prática, ao provocar a reflexão e a sistematização da experiência, dando voz e protagonismo a quem realiza a prática de saúde.
A curadoria das práticas integrativas nos remete ao ato de cuidar, apoiada no conceito de democratização do saber da Ciência e da Antropologia Sociais e no paradigma da inteligência coletiva. Consiste em acompanhar as práticas de saúde que fazem parte ou que venham a fazer parte da Comunidade das PICS, buscando explorar as riquezas da experiência. A curadoria abarca iniciativas como oficinas de curadores, encontros virtuais com os relatores das experiências, materiais de apoio para produção de seu relato, entre outras ações.
Este trabalho, que contribui para o desenvolvimento e a integração de redes colaborativas virtuais e locais, assim como da sua gestão em redes de conhecimento, fortalece pesquisadores, gestores e profissionais da rede de serviços e sistemas de saúde e conselheiros de saúde de todo país, bem como usuários do SUS e lideranças comunitárias.
Uma das ações da curadoria é ajudar o relator da prática a transformar o seu relato de experiência em um vídeo, que poderá estar disponível em nossa página. A seguir, seguem algumas dicas de como produzir o video do seu relato:
Gravando o vídeo de seu relato de experiência
O vídeo sobre a sua experiência deverá ser curto (de cinco a oito minutos, o ideal que fique com cinco minutos), buscando apresentar a história (resumida) da sua experiência, como este trabalho se dá no dia a dia, o que motivou o projeto ou experiência relatada, quem são seus idealizadores e os profissionais envolvidos e, se possível, a percepção dos pacientes quanto à aplicação das PICS em seu cuidado terapêutico. Trata-se de um vídeo sobre a trajetória da sua experiência. Antes de gravar, sugerimos que escreva um roteiro. Isso vai ajudar a saber o que dizer durante o vídeo, sem precisar improvisar, e ajudará na edição final do vídeo. O vídeo ficará mais atrativo se você conseguir captar imagens da prática e depoimentos das pessoas envolvidas. Não é preciso perder horas editando um vídeo. Muitas vezes, apenas cortar o início e o fim de uma gravação e organizar as imagens em uma ordem lógica já são suficientes para um resultado legal.
IMPORTANTE: Se for gravar com o seu celular, deixe-o na horizontal (deitado). Isso permite que as pessoas vejam o seu vídeo no tamanho real no monitor de um computador ou em uma TV. Use as duas mãos para segurar o celular ou, se tiver, coloque em um tripé.
Se houver depoimentos no vídeo, atente-se à luz e ao som: encontre um ambiente iluminado; a fonte de luz deve estar direcionada para o rosto da pessoa, e nunca atrás dela ou ao seu lado; nunca fique na contraluz; limpe a lente da câmera do seu celular; confira a captação de áudio de seu equipamento; procure um ambiente silencioso, com o mínimo possível de ruídos externos; evite acessórios que façam barulhos, como pulseiras de metal, que produzem ruídos.
Quanto ao enquadramento, em caso de depoimento, coloque a câmara (ou lente) na altura dos seus olhos. Procure se posicionar de forma que sua imagem pegue do topo da cabeça até, aproximadamente, à altura do peito. Este não é um enquadramento obrigatório, mas este enquadramento permitirá também que o microfone do seu aparelho esteja próximo da pessoa, evitando assim que ruídos externos atrapalhem o áudio.